2017 - 3º. Trimestre - Lição 02 - O Único Deus Verdadeiro e a Criação

09/07/2017 08:00

Texto Áureo

"E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor." (Mc 12.29)

Verdade Prática

Cremos em um só Deus, o Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas, visíveis e invisíveis.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda -1 Co 8.6: O monoteísmo judaico é ratificado na fé cristã

Terça – Ne 9,6: Deus é o Supremo Criador e Provedor de todas as coisas

Quarta – Sl 33.9: Deus criou o universo pelo poder de sua Palavra

Quinta – Gn 2.7: A origem do ser humano é Deus

Sexta- Ap 4.11: Deus criou todas as coisas segundo a sua soberana vontade

Sábado – Rm 1.20: A existência de Deus é um fato

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Deuteronômio 6:

4 Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.

Gênesis 1:

1 NO princípio criou Deus os céus e a terra.

HINOS SUGERIDOS: 99, 216, 526 DA HARPA CRISTÃ

OBJETIVO GERAL

Mostrar que cremos em um só Deus, o Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico l com os seus respectivos subtópicos.

(I) Reconhecer que há somente um único Deus verdadeiro;

(II) Explicar porque o criacionismo e evolucionismo são antagónicos;

(III) Compreender a narrativa da criação.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Prezado professor, você crê que há somente um Deus verdadeiro e que Ele criou os céus e a Terra? Então não terá dificuldade no ensino desta lição. Deus é real e Ele se revela ao homem de diferentes maneiras, porém uma das formas que Ele se revela a nós é mediante a sua criação. O relato da criação da terra, do céu e do homem, não é uma alegoria. A narrativa da criação é um fato histórico, ou seja, algo que aconteceu exatamente como a Palavra de Deus afirma. Quando o assunto é a criação do universo e da vida, sabemos que existem várias teorias que tentam explicar a origem de tudo, como por exemplo, a teoria do Big Bang e da Evolução. Mas, cremos que o universo e a vida não são produtos de uma evolução como alguns cientistas tentam afirmar ou o resultado da explosão de uma partícula. Cremos que o Deus é o grande Criador. 

COMENTÁRIO PONTO CENTRAL

Cremos que um só Deus, o Pai Todo-Poderoso é o criador do céu e da terra. 

INTRODUÇÃO

A doutrina de Deus é vasta, e nem mesmo os grandes tratados de teologia conseguem esgotar o assunto. O enfoque da presente lição é a unidade de Deus, o monoteísmo judaico-cristão e a obra da criação. Nosso objetivo é mostrar que há um abismo intransponível entre o criacionismo e o evolucionismo. Não há na Bíblia espaço para a teoria da evolução nas suas diversas versões.

 O ÚNICO DEUS VERDADEIRO 

1.O Shemá.

É o imperativo de um verbo hebraico que significa "ouvir, obedecer", o qual inicia o versículo que se tornou, ao longo dos séculos, a confissão de fé dos judeus: "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR" (Dt 6.4). A cláusula final "é o único SENHOR" também se traduz por "o SENHOR é um" (Cl 3.20), conforme as versões espanhola Reina-Valera judaica, conhecida no Brasil como Bíblia Hebraica. A construção hebraica aqui permite ambas as traduções, de acordo com a declaração de Jesus: "o Senhor é um só!" (Mc 12.29, Tradução Brasileira). Há aqui um significado teológico importante, porque a mensagem não se restringe apenas ao monoteísmo, mas a ideia de existir um só Deus, e de Deus ser um só, diz respeito tanto à "singularidade" quanto à "unidade" de Deus (Zc 14.9; Sl 86.10). 

2. O monoteísmo.

É a crença em um só Deus e se distingue do politeísmo, a crença em vários deuses. As principais religiões monoteístas do planeta são o judaísmo (Dt 6.4; 2 Rs 19.15; Ne 9.6), o cristianismo (Mc 12.29; 1Co 8.6) e o islamismo. 

Mas o monoteísmo islâmico não é bíblico. O deus Alá dos muçulmanos é outro deus, e não o mesmo Deus Javé da Bíblia. Alá era um dos deuses da Meca pré-islâmica, deus da tribo dos coraixitas, de onde veio Maomé, que o adotou como a divindade de sua religião. O nome Alá não vem da Bíblia e nunca foi conhecido dos patriarcas, nem dos reis, nem dos profetas do Antigo Testamento, menos ainda dos apóstolos do Senhor Jesus. 

Os teólogos muçulmanos se esforçam para fazer o povo crer que Alá é uma forma alternativa do nome do Deus Javé de Israel, mas evidências históricas e arqueológicas provam que Alá não veio dos judeus nem dos cristãos. 

3. O monoteísmo judaico-cristão.

Jesus não somente ratificou o monoteísmo judaico do Antigo Testamento como também afirmou que o Deus Javé de Israel, mencionado em Deuteronômio 6.4-6, é o mesmo Deus que Ele revelou à humanidade (Jo 1.18), a quem todos os cristãos servem e amam acima de todas as coisas (Mc 12.29,30). Assim, o Deus de Israel é o mesmo Deus do cristianismo; é o nosso Deus. O apóstolo Paulo pregava para os judeus e gentios o mesmo Deus revelado por Jesus: "O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca" (At 22.14). 

SÍNTESE DO TÓPICO l

Deus é único e verdadeiro. 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Nossa maneira de compreender a Deus não deve basear-se em pressuposições a respeito dEle, ou em como gostaríamos que Ele fosse. Pelo contrário: devemos crer no Deus que existe, e que optou por se revelar a nós através das Escrituras, O ser humano tende a criar falsos deuses, nos quais é fácil crer; deuses que se conformam com o modo de viver e com a natureza pecaminosa do homem. Essa é uma das características das falsas religiões.

Alguns até mesmo caem na armadilha de se desconsiderar a autorevelação divina para desenvolver um conceito de Deus que está mais de acordo com as suas fantasias pessoais do que com a Bíblia, que é a nossa fonte única de pesquisa, que nos permite saber que Deus existe e corno Ele é (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 125-6). 

II - CRIAÇÃO X EVOLUÇÃO 

1. O modelo criacionista.

O criacionismo é a posição que propõe ser a origem do Universo e da vida resultado de um ato criador intencional. Essa cosmovisão é encarada com suspeita porque a comunidade científica incrédula a considera uma proposta meramente religiosa. É verdade que a explicação religiosa tem por base a fé (Hb 11.3), enquanto a explicação científica se fundamenta na evidência empírica. Mas existem variações em ambas as propostas. Descobertas ao longo dos séculos confirmam que causas inteligentes empiricamente detectáveis são necessárias para explicar as estruturas biológicas ricas em informação e a complexidade da natureza. Esse conceito é conhecido como Design Inteligente. 

Criacionismo e Design Inteligente podem ser interligados, mas não são a mesma coisa. A proposta e a metodologia de ambos não são iguais, pois nem todo criacionista aceita a Teoria do Design Inteligente e vice-versa. O modelo científico do Design Inteligente propõe que o mundo foi criado, mas não tem como provar em laboratório que Deus o criou. 

2. O modelo evolucionista.

É uma teoria que nunca se sustentou cientificamente, apesar de sua aparência científica (1 Tm 6.20). Tem por base pressupostos naturalistas, entre os quais a proposta darwinista da seleção natural se destaca como o principal mecanismo evolutivo. O naturalismo, a hipótese mais aceita para explicar o evolucionismo, ensina que organismos biológicos existentes evoluíram em um longo processo através das eras. É a cosmovisão favorável à ideia de que o universo e a vida vieram à existência por meio de processos de geração espontânea, sem intervenção de um ato criador, isto é, eles teriam evoluído até a complexidade atual por meio da seleção natural, a teoria da sobrevivência dos mais fortes. Mas tudo isso não passa de mera teoria que nunca pôde ser confirmada. O evolucionismo ateu exclui Deus da criação. 

SÍNTESE DO TÓPICO II

O criacionismo e o evolucionismo são antagônicos. 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"[...] Quando consideramos a possibilidade de que Deus usou o processo evolucionário para criar ao longo de milhões de anos, confrontamo-nos com sérias consequências: a Palavra de Deus não é mais competente e o caráter de nosso Deus amoroso é questionado.

Já na época de Darwin, um dos principais evolucionistas entendia o problema de fazer concessão ao afirmar que Deus usou a evolução. Uma vez que você aceite a evolução e suas implicações para a história, então o homem está livre para escolher as partes da Bíblia que quer aceitar" (HAM, Ken, Criacionismo: verdade ou mito? 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp. 35,36). 

Ill - A CRIAÇÃO 

1. A criação do Universo.

Deus criou o universo do nada; é a chamada creatio ex nihilo da teologia judaico-cristã revelada na Bíblia. A narrativa do primeiro capítulo de Gênesis é entendida à luz do contexto bíblico. O ponto de partida da criação é: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gn 1.1). 

O verbo hebraico "criou" é bará, e este apresenta características peculiares: o sujeito da afirmação é sempre Deus, o Deus de Israel, e nunca foi aplicado a deuses estranhos; é um termo próprio para referir-se à ação criadora de Deus a fim de distinguir-se de toda e qualquer realização humana. Essa ideia do fiat divino, ou seja, do "faça-se", é apoiada em toda a Bíblia. Deus trouxe o universo à existência do nada e de maneira instantânea, pela sua soberana e livre vontade (SI 33.9; Hb 11.3; Ap 4.11). 

2. A narrativa da criação em Gênesis 1.

No primeiro dia. Deus trouxe à existência a luz (Gn 1.3); no segundo, criou a expansão ou firmamento (vv.6-8); e, no terceiro, "disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca" (v.9). A essa porção seca Ele chamou terra e ao ajuntamento das águas, mares (v.10). Ainda no terceiro dia, surgiram os continentes com seus relevos e a vegetação (vv.9-13). Os corpos celestes: o sol, a lua e as estrelas aparecem no quarto dia (vv.14-19). As aves e os animais marinhos surgem no quinto dia (vv.20-23). 

CONHEÇA MAIS

Criacionismo X evolucionismo

"Hoje, muitos cristãos afirmam que os milhões de anos de história da Terra se ajustam à Bíblia e que Deus usou o processo evolucionário para criar. Essa ideia não é uma invenção recente. Para conhecer mais, leia Criacionismo: verdade ou mito?, CPAD, p. 33).

3. A criação do ser humano. 

A raça humana teve sua origem em Deus, através de Adão (At 17.26; 1Co 15.45). O ser humano foi criado no sexto dia, como a coroa de toda a criação, e recebeu de Deus a incumbência de administrar a terra e a natureza. O homem não é meramente um animal racional, mas um ser espiritual criado à imagem e semelhança de Deus. A frase "Façamos o homem" (Gn 1.26), quer dizer: "Vamos fazer o ser humano", pois o termo hebraico usado para "homem" é adam, que significa "género humano". O ser humano criado por Deus se constitui em "macho e fêmea" (v.27). Esse ser humano recebeu diretamente de Deus o sopro em suas narinas (Gn 2.7). Em outro lugar, a Bíblia revela que Deus o fez um pouco menor do que os anjos (SI 8.5).

SÍNTESE DO TÓPICO III

A narrativa bíblica a respeito da criação é verdadeira. 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Em Gênesis 1, a palavra hebraica para dia é yom. A maior parte do uso dela no Antigo Testamento é com o sentido de dia, dia literal; e, nas passagens em que o sentido não é esse, o contexto deixa isso claro.

Primeiro, yom é definido na primeira vez em que é usado na Bíblia (Gn 1.4,5) em seus dois sentidos literais: a porção clara do ciclo luz/trevas e todo o ciclo luz/trevas. Segundo, yom é usado com 'noite' e 'manhã'. Em todas as passagens em que essas duas palavras são usadas no Antigo Testamento, juntas ou separadas, e no contexto de yom ou não, elas sempre tem o sentido literal de noite ou manhã de um dia literal. Terceiro, yom é modificado por um número: primeiro dia, segundo dia, terceiro dia, etc., o que em todas as passagens do Antigo Testamento indicam dias literais. Quarto, Gênesis 1.14 define literalmente yom em relação aos corpos celestiais" (HAM, Ken. Criacionismo: Verdade ou mito? 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 30).

CONCLUSÃO

Os ensinos inadequados sobre Deus e o Senhor Jesus Cristo exigiram da Igreja desde muito cedo uma definição sobre o assunto. Os principais credos iniciam declarando que Deus é o Criador de todas as coisas no céu e na terra. Trata-se de um resumo do que ensina a Bíblia desde Gênesis até Apocalipse. Era uma resposta aos diversos conceitos errôneos dos gnósticos sobre Deus. O contexto hoje exige uma resposta similar, pois são muitos os nossos desafios. Devemos estar preparados para combater a indiferença religiosa e o ceticismo à nossa volta que tanto têm contaminado vizinhos, colegas de escola e também do trabalho.

PARA REFLETIR

A respeito do único Deus verdadeiro e a criação, responda:

• Qual o significado teológico da expressão "é o único SENHOR" ou "o SENHOR é um"?

O significado está no fato de existir um só Deus, e de Deus ser um só. Tal expressão diz respeito tanto a "singularidade" quanto à "unidade" de Deus.

• Quem disse que o Deus de Israel é também o nosso Deus?

Cite a referência. O Senhor Jesus Cristo (Jo 1.18). Paulo também pregava isso (At 22.14).

• Qual foi o ponto de partida da criação?

"No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gn 1.1).

• Como Deus trouxe o universo à existência?

Ele trouxe o universo à existência do nada.

• Qual o significado de adam, "homem", no relato da criação (Gn 1.26,27)?

O significado do termo hebraico usado para "homem" é adam, que significa "gênero humano".

 

Fonte: Lições Bíblicas de Adultos – CPAD – 3° Trimestre de 2017/ Blog: Subsídios EBD

Classe: Adultos

Revista: Do professor - CPAD

Data da aula: 9 Julho de 2017

CRIAÇÃO

O PODER CRIADOR DE DEUS ETERNO

Temos já visto que Deus é Todo-poderoso (cf. Gn 17.1), e deixou que as "coisas que estão criadas" ma­nifestem para todos o seu eterno poder e a sua divin­dade (cf. Rm 1.19,20). O ensino da Bíblia sobre a cria­ção do mundo constitui um protesto contra as filoso­fias pagãs (entre elas o panteísmo), as quais apresen­tam Deus como um ser impessoal, inativo ou passivo. A Bíblia apresenta Deus como um Ser divino e ativo, que trabalha (cf. Jo 5.17; Cl 1.16; At 14.17; 17.28). A sua criação testifica da grandeza do seu poder (cf. Jr 10.12; 32.17; 51.15), sendo uma expressão da sua di­vina vontade (cf. Ap 4.11).O problema da origem de todas as coisas tem pre­ocupado muita gente. Filósofos e cientistas têm pesquisado e feito declarações sobre o resultado das suas pesquisas, as quais diferem de modo impressio­nante entre si.A Bíblia nos dá uma definição autorizada sobre este assunto. Foi Deus que, através de uma revela­ção, deixou a Moisés a incumbência de escrever so­bre a criação do céu e da terra. Ela expressa afirmati­vamente: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gn 1.1). Nos três primeiros versículos da Bíblia te­mos, de modo concentrado, um relato verídico, que abrange um enorme período de tempo e aconteci­mentos da maior relevância. 

1. No princípio criou Deus os céus e a terra (Gn 1.1)

1.1.  No princípio Aqui Deus não dá nenhuma definição sobre o tem­po, foi quando o tempo pela primeira vez apareceu no espaço da eternidade. Pode ser que tenham se passado milhões de anos desde aquele momento. Vemos, assim, que não existe nenhuma contradição por parte da Bíblia com os cálculos que os geólogos têm apre­sentado sobre a idade da Terra. 

1.2.  Criou DeusDeus se apresenta como a única origem de todas as coisas. Quando a Bíblia expressa "criar", é usada uma palavra hebraica, bara, que significa "fazer algo do nada". Foi isso que aconteceu! (Sl 33.9; 148.1-5; Hb 

1.3). Tudo surgiu do nada, criado apenas pela Palavra de Deus. 1.3.  Foi Deus — Elohim — que criou! Já observamos que Elohim é a palavra hebraica que designa um plural majestático de Deus, mostrando-nos a Trindade operando na criação! Deus criou (cf. Gn 1.1; Hb 1.10); o Filho, Jesus, também criou (cf. Cl 1.16; Jo 1.1-3; Hb 1.2) e o Espírito Santo também ope­rou (cf. Gn 1.2; Sl 104.30). 

1.4. Bíblia fala pouco dessa criação originalEla diz que Deus não criou a terra vazia (cf. Is 45.18). Vemos algumas referências a essa criação em Provérbios 8.22-31 e Jó 38.4-7. 

2. "A terra era sem forma e vazia" (Gn 1.2)

Alguma coisa aconteceu! A terra que Deus não "criou vazia" ficou sem forma e vazia... em caos!

2.1.  "A terra era""A terra era" (Gn 1.2), pode ser traduzido "se tor­nou". Várias traduções usam essa palavra desse modo. Na Bíblia Hebraica é utilizado o termo "ficou", no sen­tido de "tornou-se assim". Como exemplo, veja os ter­mos utilizados em Gênesis 2.7; 19.26; 20.12 etc. 

2.2.  "Sem forma e vazia"

Essa expressão, em hebraico tohu v'bohu, aparece três vezes na Bíblia, sempre com relação ao castigo de Deus (cf. Gn 1.2; Jr 4.23; Is 34.11). Houve uma catástrofe que destruiu a criação original, conforme também lemos em 2 Pedro 3.5. Não se deve confundir essa catástrofe com o dilúvio. Após o dilúvio, não houve a necessidade de Deus restaurar nada, porém aqui a terra ficou em caos, e toda a vida, seja vegetal ou animal, foi desfeita. 

2.3.  Bíblia não revela a causa dessa catástrofe

Existe um pensamento generalizado entre muitos te­ólogos de que há uma simultaneidade entre essa catás­trofe e a queda celestial de Lúcifer, o querubim protetor (cf. Ez 28.11-17; Is 14.12-14; Lc 10.19), ocasionada pela cobiça de tornar-se semelhante ao Altíssimo (cf. Is 14.13). Porém, a Bíblia silencia sobre os detalhes. 

3. "Disse Deus: haja luz. e houve luz" (Gn 1.3)

Bíblia não revela qual intervalo de tempo que existiu entre a catástrofe destruidora da criação original e o início da obra restauradora de Deus pela sua Palavra. 

3.1.   A Palavra criadora

A restauração do mundo foi executada através da mesma Palavra de poder com que foi gerada a criação original (cf. P3.7). Começou com a Palavra de Deus: Haja luz. Em todo primeiro capítulo de Gênesis aparecemexpressões como: "E disse Deus", "e viu Deus", "chamou Deus" etc. 

3.2.   A Palavra renovadora

Quando Deus restaurou a Terra, aproveitou coisas que já existiam. Por isso é usada para "fez Deus" a palavra hebraica asah. Asah significa "fazer de coisas que ia existem". Porém, quando se trata do aparecimento dos animais etc. (cf. Gn 1.21), é usada de novo ,a palavra bara, isto é, criar do nada. Deus criou as grandes baleias etc.Quando se trata do homem, Deus "fez" (asah), por­que formou do pó da terra (cf. Gn 1.26 2.7) e a mulher da costela de Adão (cf. Gn 2.21,22), mas também "criou" (bara, cf. Gn l.27), porque assoprou em seus narizes o fôlego tia vida e, assim, o homem foi leito alma vivente (cf. Gn 2.7). Em Isaías 43.7, vemos essas duas expressões: "Os que criei para a minha gló­ria; eu os formei, sim, eu os fiz". 

3.3.   A restauração 

A Terra foi restaurada em seis dias, e no sétimo Deus descansou, isto é, a obra estava consumada e não houve necessidade de mais trabalho. Isso não significa que Deus continuou a descansar em todo dia sétimo. Aqui é retra­tado um período de seis dias literais de 24 horas, e não de seis fases de tempo. Isso se vê em Êxodo 20.9,11. Ali encontramos o seguinte registro: "Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra... Porque em seis dias fez [asah] o Senhor os céus e a terra". Se fossem fases de tempo, não se poderia explicar a expressão: "Foi à tarde e a manhã: o dia primeiro" etc. (cf. Gn 1.5,8,13,19,23,31). 3.4. 

A harmonia da criação

Vemos assim, no primeiro capítulo, as coisas res­tauradas: separação entre céu e água, entre terra e mar, a produção de erva conforme a sua espécie, a restauração do sistema solar, a criação dos animais e, por fim, a criação do homem. E Deus viu tudo quanto tinha feito, e eis que tudo era muito bom (cf. Gn 1.26). 

4. A narração da Bíblia sobre a criação do mundo desfaz as doutrinas materialistas sobre esse assunto 

4.1. Opiniões seculares

Existem filósofos e cientistas que têm combatido o ensino da Bíblia sobre a origem de todas as coisas. Já na antiguidade, filósofos gregos como Heráclito, Aristóteles etc, afirmaram que o mundo apareceu por meio de uma eterna e impessoal energia. Já naquele tempo, essa semente materialista era lançada pelo inimigo. No século passado surgiu um naturalista, Charles Darwin (morto em 1882, aos 73 anos de idade), que lançou a teoria da evolução, afirmando que as espéci­es existentes são resultado de uma gradual evolução de espécies inferiores, iniciando por um "protoplasma" até chegar ao homem. 

4.2.   Evolucionismo

As teorias evolucionistas são totalmente falsas e sem fundamento científico. Se, como os evolucionistas afirmam, toda vida exis­tente começou por um "protoplasma", de onde ele veio  e quem o fez? Não existem provas, somente suposi­ções infundadas. A afirmativa de que a vida surgiu da matéria em alta rotação e movimento, é completamente infunda­da. Jamais a ciência comprovou que a vida tenha sur­gido da matéria. Deus é o Senhor da vida e a sua única fonte (cf. At 17.25). A afirmativa de que espécies inferiores evoluíram para espécies superiores é também inteiramente falsa. Isso jamais aconteceu. Todo ser vivo se reproduz e se desenvolve dentro da mesma espécie. Cavalos sempre geram cavalos e jamais girafas. Além disso, a afirmativa de que as espécies com o tempo venham a progredir, também não é real. Um fato conhecido é que tudo aqui­lo que for entregue à sua própria sorte, finda por dege­nerar. 

4.3.  Ciência versus evolucionismo

As teorias evolucionistas estão sendo rejeitadas pela ciência mais avançada. Muitos cientistas atuais falam abertamente dessa teoria como uma coisa sem funda­mento. O próprio Darwin se converteu a Deus. Ele la­mentou o grande estrago que as suas teorias infundadas causaram no meio universitário e na teologia. Ele sofreu no fim da vida de um "mal psicossomático". Seu médi­co, o Dr. Raif Colp Jr., denominou sua doença de "mal de Darwin" —uma consciência atormentada. 

4.4.  Qual é o alvo da teoria evolucionista?

A teoria evolucionista é um combate organizado contra Deus. Spencer afirma: "A evolução é puramen­te mecânica e anti-sobrenatural. Não existe lugar para Deus nessa teoria". É como diz a Bíblia: "Mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador" (Rm 1.25).O evolucionismo procura dissolver a existência de Deus como um ser divino e perfeito. Deus afirmou ter feito o Céu e a Terra e a vida que nela há (cf. Is 42.5 e 45.12). Ele se chama "o Criador" (cf. Ec 12.1). Deus tem apresentado a criação como prova da sua exis­tência (cf. Rm 1.20; Sl 8.3 e 19.1-6), e declara: "Os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparece­rão" (Jr 10.11,12). Quem nega que Deus é o Criador o faz mentiroso, e um Deus que mente não pode existir. Mas, diz a Bíblia: "Ele fez a terra pelo seu poder" (Jr 10.12). Essa doutrina é um ataque contra a veracidade da Bíblia. Se fosse possível provar que os primeiros capí­tulos da Escritura estão destituídos de fundamento, estaria anulado todo o valor da mesma. Vemos que os teólogos que aderiram a essa doutrina evolucionista, também não creem nas doutrinas básicas da Bíblia. 

4.5. O crente jamais pode ficar neutro;

De cabeça erguida proclamamos, em qualquer lu­gar e diante de qualquer auditório, que Deus é o Criador. Jamais nos colocamos contra a verdadeira e bem informada ciência, mas a Bíblia diz que devemos ter horror às oposições da ciência falsificada, porque aqueles que a professam se desviam da fé (cf. 1 Tm 6.20,21). Nós estamos na mesma fileira que o apósto­lo Paulo se encontra, na "defesa e confirmação do evangelho" (Fp 1.7). 

Referências Bibliográficas (outras estão acima)

Teologia Sistemática Bergstein, Eurico -  Introdução à Teologia Sistemática...- Eurico Bergstein - CPAD - 1993 Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri.

 

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